Estações (Segunda Temporada)

Ligação empática entre almas gêmeas

Pov Lauren

Eu não fazia ideia de que horas eram quando eu despertei, mas a escuridão no chalé e o silêncio do lado de fora denunciava o esplendor da madrugada. De uma maneira meio patética por causa do sono que ainda residia em meu corpo, levei a mão até o meu rosto o esfregando tentando afastar aquela sensação de confusão que nublava a minha mente. Que merda tinha acontecido?! Bastou cogitar a pergunta que a resposta veio em um vendaval de lembranças.

Sentei bruscamente na cama, ofegante e com os olhos bem abertos. O movimento repentino provocou um gemido ao meu lado. Camila remexeu na cama e virou o corpo, passando a deitar de lado, mas ainda imersa no mundo do sono. Inspirei profundamente uma, duas vezes, tentava manter a calma enquanto tocava meu rosto para verificar se tudo estava ok. Não era uma atitude tola, afinal de contas horas atrás eu era uma criança! E pelos deuses, aquilo tinha sido uma das coisas mais esquisitas que já tinha acontecido comigo! Ter a mente de um adulto entrelaçado ao espírito infantil quase me causou um pani interno.

Deslizei minhas mãos pelo pescoço até meus seios, garantindo que eles estavam em seu tamanho amadurecido. Suspirei aliviada e levantei minha coberta para checar o tamanho de minhas pernas. Outro suspiro e um estremecer de corpo forte, ao que parecia tudo estava no seu cumprimento normal novamente! Isso deveria ser algum tipo de piada que o Destino adorava repetir, pois de alguma forma essa era a segunda vez que de maneira mágica o meu tamanho era reduzido.

-Fica quieta Lolo – Camila resmungou ao meu lado.

Olhei para Camila deitada no pequeno espaço que sobrava de minha cama. Meus olhos já habituados ao escuro da noite permitiam que eu vislumbrasse o contorno delicado de minha noiva e percebesse o cabelo bagunçado sobre o travesseiro. A admiração pela beleza natural da filha de Perséfone se mesclou com o repentino calor. A alça da blusa folgada que ela vestia estava caída, me dando o traço perfeito do ombro e pescoço. A coberta a cobria apenas até a cintura por causa do movimento que eu tinha feito anteriormente de levantar o tecido. Graças a isso eu podia ver a curva da cintura dela e a pele bronzeada levemente iluminada pela luz lunar que se infiltrava pelas frestas das janelas. Os lábios entreabertos deixava escapar uma respiração serena de quem estava em um sono delicioso.

-Camz – murmurei me inclinando em sua direção, quase me sentindo culpada por querer acordá-la. Quase. – Amor...

-Hum.

-Eu voltei a ser mulher – murmurei deixando que a ponta de meus dedos deslizassem do ombro exposto até uma parte do braço – Quero brincar de coisa de gente grande.

-Hum?

Camila virou o rosto lentamente em minha direção, piscou os olhos rapidamente antes de conseguir focar em mim. Abri um sorriso travesso sabendo que estava sendo meio idiota com aquele tipo de conversa, mas eu não conseguia resistir.

-Quero fazer coisa que adulto faz – disse ainda em tom baixo.

Ela franziu o cenho ainda um pouco confusa e isso me fez revirar os olhos. Desistindo de fazer graça com a situação e ansiosa para tomar aquilo que eu tanto queria, abaixei mais o meu corpo ao lado da latina me apoiando sobre o cotovelo. Subi a mão que estava em seu braço devagar até o pescoço e repousei ali... Mas todo o carinho se dissolveu quando eu a puxei em um único movimento para cima ao mesmo tempo em que inclinava o meu rosto. Em menos de um segundo minha boca cobria a dela em um beijo surpreendentemente necessitado.

Eu só queria beijá-la um pouco, experimentar aquele gosto que eu sabia que era delicioso. Mas assim que minha boca sentiu a maciez da dela foi impossível conter a urgência. Camila arfou e ajeitou melhor o corpo ficando deitada de costas para então passar a responder ao meu beijo. Foi um beijo longo, sem domínio no encontro de línguas e lábios, com direito a muitas mordidas e sugadas nos lábios. Quando teve o seu fim, minha boca estava latejante e o meu corpo ainda mais quente.