A Lenda de Zelda - A Ocarina do Tempo. Parte II

Capítulo 13 - A Cratera do Vulcão.

Diferente de quando era criança Link não precisou escalar as paredes da montanha, usando gancho foi puxado com facilidade para o topo.

- Muito bem Link, botando a cabecinha pra pensar! - Navi elogiou como quem fala com um bebê.

- Nem todos têm asas não é mesmo Navi? - Link respondeu.

Estavam quase no topo da montanha, a névoa vermelha ficava a alguns metros acima.

- Essa é a entrada que eu abri para a Fonte da Fada, certo? - Link perguntou apontando para um grande buraco na rocha que suas bombas haviam aberto.

- E essa é a entrada pra... como você chamou mesmo?

- Cratera, aí é certamente a entrada pra cratera desse grande vulcão! - Navi respondeu. - Não consegue sentir o calor.

Link podia ver o túnel na pedra brilhando em um tom de laranja, mas não sentia calor algum, resolveu apenas dar de ombros como resposta.

- Talvez devêssemos procurar a Grande Fada da Magia que habita nessa fonte, ela pode nos oferecer ajuda! - Navi falou.

Link concordou e seguiram para a entrada da fonte, mas nada encontraram além de uma caverna escura e vazia.

- Estranho - o rapaz observou. - Talvez tenha ido embora.

- É possível, para fadas tão poderosas quanto ela não deve ser difícil transferir a sua fonte para outro local.

Saíram da caverna e se direcionaram para o túnel que levava à cratera, quanto mais avançavam mais o calor aumentava para Navi.

- Link... Minhas asas estão ardendo! - a fada anunciou ofegante.

- A túnica deve estar me protegendo desse calor, vamos Navi, entre no meu chapéu! - Link observou alarmado.

Quando a fada atravessou o tecido o alívio foi imediato.

- Graças as Deusas! - Navi agradeceu. - Pelo visto a magia da túnica funciona mesmo.

- Sim - Link respondeu -, acho que ela cria um revestimento mágico, não estou sentindo calor nem nas pernas nem no rosto também.

Link continuou caminhando no túnel de pedra até alcançar a cratera em si.

- Nossa! - Link exclamou.

- O que foi? O que você está vendo? - Navi perguntou dentro do chapéu escuro. - Ah não, nem pensar! Eu não vou ficar sem ver o que está acontecendo!

Foi aí que Link começou a sentir cócegas nas suas costas e depois na barriga, subindo até o peito.

- O que é isso Navi- o rapaz perguntou entre as gargalhadas.

A fada reapareceu na gola cavada da túnica como se fosse uma pequena lanterna azul no peito do herói e visualizou finalmente o lugar.

A cratera era assustadora, o lugar onde pisavam ainda era ligado a parede do vulcão, porém alguns passos a frente e cairiam em queda livre para um poço de lava quente.

Um pouco adiante havia uma ponte da madeira que não queimava. Apesar do calor que fazia o ar treme luzir, a fada podia ver que do outro lado tinha outra plataforma de pedra que levava a mais um túnel.

- Como chegamos lá? - Link apontou para o outro lado da ponte e foi aí que Navi percebeu que tábua que serviam de passagem só chegavam até o meio.

- Vamos nos aproximar e ver - a fada respondeu.

Link caminhou cautelosamente sobre a ponte até chegar na parte sem continuação possível.

- É aqui que eu pulo? - O rapaz perguntou.

- Não!!! - Navi gritou.

- Eu sei, estou só brincando! - Link riu.

O rapaz pegou o gancho e atirou na plataforma de pedra. A garra de ferro tentou se ficar na pedra sem sucesso e começou a cair em direção à lava. Link puxou a corrente de volta antes que fosse tarde de mais.

- Bom, se na pedra não funcionou só resta a madeira! - Link mirou o gancho.

- Nada disso! - Navi alertou. - Essas madeiras são resistentes contra fogo, não contra impactos. Se a força do gancho as atingir tenho certeza que elas vão ceder.

- Então vamos voltar e pensar em um jeito de atravessar - o rapaz deu meia volta e andou pelo caminho de onde veio.

Ao chegar em terra firme percebeu que alguém se aproximava pelo túnel. Desembainhou a espada-mestra caso fosse um dos capangas de Ganondorf.

Mas quem se aproximava não parecia ser um inimigo, rodeado por dois caminhos de água que dançavam se entrelaçando ao redor de si chegou Sheik com sua harpa na mão.

- Olá herói - Sheik cumprimentou com indiferença.

- O que você quer Sheik? - Link perguntou impaciente.

- Você quer atravessar a ponte não é? - o rapaz sheikah perguntou.

- Sim, por acaso você têm uma música que crie pontes magicamente? - Link zombou.

- De certa forma sim - o rapaz respondeu surpreendendo Link, enquanto se preparava pra tocar a harpa. - Há muito tempo atrás você criou algo nessa montanha e algo dessa montanha, algo que cresce com o tempo e pode libertar um grande poder dentro de si... uma amizade. Essa música é dedicada ao poder do coração, me acompanhe no Bolero do Fogo.

Link preparou a ocarina e juntos começaram a entoar uma música de batidas rápidas que aqueceu o coração do rapaz, fazendo-o lembrar da amizade que construira com Darunia na montanha. Sentiu seu corpo ser transformado em outra coisa, sua existência parecia residir na forma inesperada e impulsiva do fogo. Quando a música terminou Link abriu os olhos e percebeu que estava do outro lado da ponte sobre uma das plataformas de mármore cinza com a marca da Triforça pintada sob um símbolo vermelho.

- Uma música de teletransporte! - Navi exclamou.

- Só que dessa vez funcionou direitinho! - Link respondeu animado. - Sheik!

Mas o sheikah já não estava mais lá para responder.

- É claro... - Link revirou os olhos.

- Veja só esse túnel Link! - Navi chamou.

O túnel era bem lapidado na parede do vulcão com pilastras encravadas com símbolos que Link lembrava ter visto pelas paredes da Cidade Goron. No fim do túnel uma bela porta de pedra se encontrava.

Link e adentrou o túnel e abriu a porta. Do outro lado um grande salão com três grandes totens de pedra que possuíam fogo nas bocas abertas esperavam.

- Bem vindo ao Templo do Fogo... - Navi falou.