Nem toda fã é daquele tipo que está disposta a cometer loucuras para conhecer seus ídolos. America Stone, por exemplo, sempre se contentou com a ida em dois shows da boyband One Direction, os videoclipes e as entrevistas. Mas, em geral, nunca consid...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Quatro dias. Tão pouco tempo e a competição parecia já ter começado. A ficha caiu logo pela manhã, assim que todas as selecionadas se reuniram no Salão das Selecionadas para tomar café. Os olhares. É, era isso, os olhares denunciaram a tensão e que a maioria já estava enumerando as vantagens.
Tomei café meticulosamente, evitando erguer os olhos e constatar que estavam me medindo, tentando perceber o meu esquema. Só que eu não tinha um esquema; minha intenção era ficar ali enquanto merecesse, enquanto fosse possível e não elaborar um plano pra me dar bem. Polêmica. A Modest! quer que essa competição dê o que falar, quer atenção da mídia, das pessoas. E as nossas vidas? Apesar das diferenças, todos os selecionados abriram mão de alguma responsabilidade pra estar por, pelo menos, dois meses aqui dentro. Temos um ideal, algo incomum, que é ser fã de cinco rapazes normais que amam cantar e fazer milhões de garotas (e garotos) felizes.
Determinada a me recolher, fui impedida por Melinda Summers, de Nova York:
— Quanta hipocrisia. — Chelsea soltou um riso nasalado de puro deboche. — Tem alguma coisa pra me dizer, Stuwart? — Melinda desafiou e inclinou-se a ponto de poder olhar para Chelsea num ângulo mais favorável. Um ângulo perigoso.
Quando Chelsea pensou em respondê-la, Mackenzie segurou seu pulso:
— Não vale a pena.
— Ah, não? Então me expliquem essa merda de clima! — Melinda insistiu, irritada.
— Que clima? — Yasmin quis saber.
Melinda riu, desedenhando:
— Até você vai fingir que não sabe, Vergar?
— Não tá acontecendo nada, Melinda. E se estiver, por quê você compartilha? Não temos bola de cristal! — Merlia respondeu com arrogância.
E de repente, vinte vozes começaram a serem ouvidas juntas.
Uma grande discussão se iniciou do nada, e sem ninguém ali responsável ou capaz de interferir era complicado dar um basta. Anna não estava ali, porque queria discussão, para que ficasse registrado nas gravações o nosso desentendimento.
— Chega! — Sou eu quem grita, calando a boca de todas na mesa. Kellan segura meu braço e eu balanço minha cabeça, dizendo que estava tudo bem. — Ela tem razão — eu disse, e olhei na direção de Melinda Summers. — Vocês estão comparando as vantagens, olhando uma para as outras como se já odiassem, não é verdade?
— Eu também percebi — Amália concordou.
— Nós estamos? — Chelsea se pronunciou. — E você não tá fazendo isso?
— Claro que não.
— Eu também não — Kellan respondeu. — Não quero inimigos; quero conhecê-los, e acho que odiar uma de vocês não me levará à grande final.