Nem toda fã é daquele tipo que está disposta a cometer loucuras para conhecer seus ídolos. America Stone, por exemplo, sempre se contentou com a ida em dois shows da boyband One Direction, os videoclipes e as entrevistas. Mas, em geral, nunca consid...
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Meu coração estava disparado. Quando chegamos nos portões da mansão que nos hospedaria durante a competição, fiquei desesperada com o tanto de fãs que se aglomeraram ao redor do automóvel. Apesar de entender o motivo da euforia delas, o barulho que as mãos faziam contra o vidro uma vez atrás da outra me assustaram.
Vi cartazes com o meu nome, mas a sensação de estar ali dentro, indefesa, me impediu de sorrir com aquele ato de carinho. Eu não estava a ponto de surtar, mas era um tanto quanto assustador ver milhões de pessoas aos gritos a sua volta. E mesmo que eu já tivesse feito parte de um grupo de fãs semelhante a este, é desesperador ser o alvo delas, ser o centro da atenção delas. Céus, nunca mais vou perseguir nenhum dos meus ídolos.
— Droga! Você está bem? — Carla perguntou.
Fiz que sim.
Assim que ultrapassei a porta principal, perdi o ar novamente por ver a magnifica decoração e luxúria. A mansão em Bel-Air era deslumbrante, típico de algum famoso ao nível da cantora Beyoncé. Imaginei o quanto só aquela entrada deveria custar e quem, por trás das câmeras, estava bancando toda aquela fortuna. É evidente a manipulação da Modest!.
— Ah, aqui está a última!
Olhei para o lado e lá estava uma mulher de terno.
— Última?
— Finalmente! As outras vinte selecionadas já estão em Bel-Air e acomodadas em seus devidos quartos — ela disse. — Agora, me acompanhe. Vou mostrar-te a mansão.
— Tá.
A mulher olhou e Carla desapareceu.
— A propósito, sou Anna — apresentou-se.
— Eu sou America — falei. — Mas você já sabe disso.
Anna riu.
— Faço uma pequena ideia.
Olhei ao redor e vi que estávamos numa sala ampla.
— Onde estamos? — perguntei, curiosa.
— Bem, aqui é o salão principal. Provavelmente nos dias de festas ou recepções você e as outras selecionadas ficarão aqui. Ali — e apontou para a sala dentro de outra porta — é a sala de música. Esta sala e o salão principal são livres, você pode vir aqui sempre que quiser.
— E tem alguma área não-livre?
Anna pensou.
— O terceiro andar — ela respondeu. — Está em reforma, por isso é perigoso.
— Não é o andar para os visitantes?
— Por isso está em reforma.
Mas por quê é perigoso?
Fiz que sim.
Fomos para o outro lado do primeiro andar, na qual Anna anunciou o Salão das Selecionadas, a imensa biblioteca, três dos trinta banheiros, a área de lazer, como o jardim com piscina, a sala de jogos com pista de dança, o pequeno campo de futebol e o cinema com trinta lugares. Anna só apontou para a cozinha e preferiu não me levar lá.
— Bel-Air é enorme! — comentei, subindo as escadas.
Anna concordou.
— Os organizadores da promoção escolheram bem. Fiquei entusiasmada quando me deram o cargo de governanta da mansão. Sou quase como uma tutora, é a minha obrigação saber se vocês estão bem vestidas, acomodadas e se estão se alimentando bem. Qualquer coisa que aconteça de errado está em minha responsabilidade. As vinte e uma estão em minha responsabilidade — Anna falou.
— Você ficará de olho na gente?
— É a minha principal tarefa, America.
Então percebi que muita gente estava se empenhando para nos manter bem. Lana, a instrutura, apesar de um pouco nervosa, queria o bem de todas, independente do quão manipuladora alguma das selecionadas poderiam ser; Carla, com toda a sua má vontade intragável, cumpriu seu papel, sua obrigação e me trouxe em segurança até Los Angeles. E agora, Anna, que educamente me recebeu e me mostrou Bel-Air com toda boa vontade. E eu não posso me esquecer das pessoas que estão por trás de tudo isso, as pessoas que fizeram o sorteio das vinte e uma selecionadas, quem escolheu a mansão, as roupas, quem reservou a nossa passagem de avião, quem organizou com a melhor das intenções a nossa vinda e está trabalhando para nos manter longe dos ataques inofensivos — espero eu — das fãs. A realidade é que as selecionadas só precisam se esforçar para conseguir o fim de semana, nada mais que isso e, na minha concepção, é nada comparado ao que já vi em quase três semanas.
— Este é o seu quarto.
Olhei em volta e reforcei o trabalho de quem estava por trás das "câmeras". Meu quarto é incrível e está longe do que eu poderia proporcionar a mim mesma se me formasse e trabalhasse a vida inteira. O cômodo é tão luxuoso que meus olhos doem ao encarar o chão e as paredes limpas com cera. Mais umas horas esfrengando ali e eu conseguiria ver o meu reflexo como num espelho.
— Tem alguma coisa que te incomoda aqui?
— Deveria?
Anna deu de ombros.
— Não tecnicamente. Bem, é que algumas das selecionadas pediram para mudarem a decoração e que as roupas de cama fossem trocadas — explicou.
— Está bom assim, Anna.
— Tem certeza? Posso fazer isso agora mesmo — garantiu.
A decoração é linda, mas eu adoraria torná-la mais como o meu quarto. As paredes atrás da cama são de pano, ou algo do tipo, e seria mais reconfortante acordar e ver rostos semelhantes. De repente, tive uma ideia.
— Na verdade, já tenho algo em mente...
Anna acenou, derrotada.
Pouco segundos e uma mulher apareceu.
— Está é Lissa e sua obrigação é ajudar-te com as tarefas básicas do dia a dia. Se precisar de alguma coisa, peça pra ela.
Uma empregada? Céus, isso é desnecessário.
— Olá, é um prazer — eu disse, sorridente.
— O prazer é meu, America — ela retribuiu. — A senhorita precisa de alguma coisa?