Desiree Nascimento

Falar de mim nunca foi uma tarefa fácil. Na verdade, acredito que, para qualquer pessoa que tenha que falar de si, as palavras acabam fugindo. Você procura normalmente um defeito e uma qualidade, e acaba sempre se lembrando do primeiro. É inevitável. Não somente por uma questão de discrição, por não querer inflar o ego ou algo do tipo, mas, justamente pela insegurança de afirmarmos e aceitarmos a nós mesmos, que somos bons em alguma coisa. 
Não há necessidade em ser o melhor, mas bom o suficiente para que você se sinta feliz e transmita todo esse sentimento a outras pessoas. 
É assim como eu me sinto quando escrevo. Saio da rotina, voo pra outro universo, dito o mundo como eu quero. Sou quem eu quero ser sem me preocupar com o que a outras pessoas vão me dizer.  E procuro, dessa forma, compartilhar um pouco de sentimento em uma sociedade que se esqueceu dos valores e constrói vazios a cada geração.
Bem, e quem sou eu?
Eu sou várias coisas, impossíveis de serem ditas ou escritas num papel. 
Eu sou sensível, talvez previsível demais e até louca demais. Rio alto, falo alto. Comunico-me com as mãos, tropeço na calçada e, várias vezes, deixo meu coração ser pisado. Sou aquela que escuta música quando faz as tarefas domésticas, ou quando lê um livro e estuda, sendo capaz ate de dançar fazendo todas essas outras coisas juntas. 
Sou a estabanada da família e a romântica das amigas. Tenho a personalidade forte na mesma proporção em que sou carinhosa.
Eu sou cafeína pura com uma pitada de chocolate, e pouca dose de açúcar. 
Louca por Maroon 5, pirada em lobos, manteiga derretida em romances, e completamente maluca por poesia. Estudante das leis com uma queda no estudo da vida. 
Eu sou várias formas, momentos e figuras. Pra cada pessoa que me conhece eu sou uma coisa, uma pessoa, um eu. Mas quem eu sou de verdade, só Deus sabe.

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