Capítulo 23 - Desventuras em série. Parte III

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Do lado de fora, tudo estava finalmente recebendo os últimos ajustes

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Do lado de fora, tudo estava finalmente recebendo os últimos ajustes. A cerimônia estava se aproximando assim como Ama havia planejado e isso a fez vibrar de entusiasmo. O palco onde tudo aconteceria, já montado sob  uma tenda de lona escura ainda maior, estava disposto de frente para os bancos de madeira polida onde o público assistiria tudo. Ao lado da cadeira de Ama, outras cinco estavam organizadas e alinhadas perfeitamente.

— Está tudo ótimo! — disse para si mesma triunfante.

Um de seus servidores, usando roupas longas em tons de verde-terroso surgiu e lhe apresentou seu melhor sorriso.

— Sra. Ama! Tudo já está preparado para a cerimônia, não há mais nada para ser feito. Quando iremos começar?

— Em instantes, Bonvair! Meus queridos convidados já estão chegando. Por falar nisso, quero que sejam bem recepcionados. Você tem noção da importância de tudo isso para nós, não tem? — Ama o encarou com empenho.

— S-sim, eu tenho.

— Muito bom. Agora vá até a entrada da cidade e os trate da melhor maneira possível —ela ordenou agitando as mãos espalmadas para que ele saísse de seu campo de visão o quanto antes.

Orgulhosa de tudo que estava se realizando, Ama se perdeu em sonhos utópicos, pensamentos ambiciosos.

Pouco a pouco, os habitantes de Alvorada começaram a se aglomerar ao redor da Torre da Luz. A maioria já se acomodando nos bancos que estavam dispostos de frente para o palco. Como havia sido uma exigência para a ocasião, era perceptível que muitos ali usavam suas melhores roupas, acessórios e perfumes. Uma mulher usava um enorme leque para que assim pudesse respirar, pois seu vestido apertado a sufocava e por viver tantos anos embaixo da terra, não se sentia confortável com tanta informação; ao seu lado, um senhor corpulento de nariz protuberante fumaça sem parar e lançava ao ar uma fumaça rósea; uma mulher com seus oito filhos, berrava para que o mais velho desse ao menos lugar ao mais novo, porém o garoto era birrento e pouco caso deu aos chiliques da mãe. Todos precisariam de um pouco mais de paciência abaixo daquele sol que começava a ferver, pois Ama ainda não estava vestida adequadamente segundo a sua concepção. Em seu aposento, se viu bela diante de seu espelho de prata, a pele viçosa brilhando em resposta a luz pálida daquele momento, tremia.

Na entrada da cidade, com os imensos portões de chumbo ainda fechados, Bonvair aguardou a chegada dos convidados como era sua tarefa; a todo instante olhava para o horizonte além do dono gigante de cristal que envolvia Alvorada, apertou os olhos e logo notou uma cortina de poeira que se esguia ao longe, se aproximando cada vez mais rápido. As duas carruagens tomaram forma nítida na linha do horizonte e já era possível ouvir o relincho eufórico dos cavalos.

Apressando-se mais do que podia, Bonvair empurrou os dois portões de chumbo com dificuldade, no instante em que a abertura já era suficiente, ouviu alguém gritar:

O Inventor de EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora