Senhor Doyle

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O Doyle Palace é um prédio maravilhoso e muito imponente, chegamos com 20 minutos de carro. Nós dois saímos do estacionamento de mãos dadas, fico tão ansiosa que talvez esteja apertando demais a mão do Daryl.

"Ei! Calma Amanda!" Daryl diz rindo.

A ideia de afastar dele essa noite me assusta.

"Desculpa!" Tento afrouxar meu aperto.

Quando chegamos na portaria principal, um senhor pula sobre Daryl. Dando-lhe vários tapinhas nas costas, e ele foi brutalmente tirado de mim. Daryl ri sem graça para mim, passando a mão nos cabelos, enquanto conversa com o senhor. Eu aceno para ele, com um sorriso, para que saiba que eu estou bem.

O rapaz da portaria se aproxima de mim, com uma prancheta nas mãos, ele olha para o Daryl de longe.

"Ah sim... a senhorita deve ser a Amanda Stewart!" Ele diz com um enorme sorriso.

"Sim." Respondo.

Ele marca algo em seu papel.

"Fique a vontade para entrar, desfrute do nosso evento. Nosso bufê está impecável!"

"Muito obrigada senhor."

Daryl se aproxima de nós, o rapaz sorri para ele e pergunta: "Gostaria de deixar algo em nosso guarda volumes?"

"Não, obrigado."

Entramos dentro do salão, e imediatamente me sinto deslocada. Todas as pessoas aparentemente muito ricas, falando de seus negócios ou de futilidades. Daryl percebe minha apreensão.

"Muitas dessas pessoas estão aqui apenas para aparecer. Sabe aquele cara lá fora? Eu não tinha ideia de quem era... Mas o senhor Doyle é totalmente diferente, você verá."

"Tudo bem. Não se preocupe Daryl."

"Você quer beber alguma coisa?"

"Se tiver champanhe, eu aceito."

Nós caminhamos até o bufê, que realmente estava sensacional, assim como disse o rapaz na entrada. Daryl se afastou um pouco para ir buscar as bebidas, alguns olhares femininos pousaram sobre ele.

"Será que ele é rico?" Diz uma mulher loira.

"Senão for, eu nem me importo!" Sua amiga responde.

E as duas caem na risada. Eu fico vermelha, com o rosto queimando.

"Ele não parece ser daqui... moreno assim." Diz a loira.

"Verdade, parece latino. E olha esse corpo..."

"Mamma mia!" A loirinha começa a se abanar.

Minha vontade era de avançar sobre essas duas sirigaitas atiradas. Daryl volta inocente, me oferecendo um champanhe, enquanto ele toma seu whisky. Numa cena ridícula de ciúmes, eu agarrei o seu pescoço para beijá-lo. Vejo as duas sirigaitas cochichando.
Diante da minha cara de furiosa, ele pergunta: "O que foi isso?"

"Mostrando para aquelas duas, que você já está comprometido." Faço um biquinho.

Ele cai na risada.

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"E muito bem comprometido..." Daryl se volta para me dar um abraço, nesse momento, um senhor que parecia mais o papai noel de terno se alegra ao nos ver.

"Daryl!" O senhor se aproxima de braços abertos. Daryl também parece muito feliz em vê-lo. Com certeza é o senhor Doyle. Eles se abraçam carinhosamente. Como bons velhos amigos. Quando finalmente se dão conta de minha presença, Daryl nos apresenta.

"Amanda, esse é o famoso senhor Doyle. Senhor Doyle, essa é minha namorada Amanda Stewart.".

"Namorada?" Ele parece surpreso

Daryl ri envergonhado. Ninguém acreditava mesmo que ele fosse namorar um dia. O Senhor Doyle pega minha mão e a beija como um cavalheiro: "Quer dizer que você ganhou o coração do meu garoto? Deve ser uma menina muito especial..."

Eu sorrio para ele.

"Obrigada! Prazer em conhecê-lo."

"O prazer é todo meu, filha. Como isso me deixou feliz!" Ele tem uma voz suave, que acalma.

"Daryl me disse que você já o ajudou muito..." digo.

O senhor Doyle parece ficar pensativo e me diz, sério: "Há uns cinco anos, eu encontrei o Daryl praticamente morto na rua. Era um menino tão inteligente, mas não usava a inteligência para as coisas certas... eu dei um pouco de orientação apenas."

"Um pouco de orientação? Você salvou minha vida..." diz Daryl.

O senhor Doyle parece ter se emocionado. Eles se abraçam novamente.

"Eu lembro quando seu irmão sofreu aquele acidente, você cuidou tão bem dele, foi aí que percebi que você já tinha se recuperado totalmente."

(Ele sabe do acidente do Matt...)

"Provavelmente nós dois estaríamos mortos hoje." Diz Daryl. Sua afirmação aperta meu coração.

"Mas aqui está você" senhor Doyle aponta para Daryl. "E com essa cara de apaixonado."

Eu fico vermelha. A atenção do senhor Doyle se volta para mim: "E você Senhorita Stewart? Você é daqui de Nova York mesmo?"

"Eu sou do interior, vim para cá para trabalhar nas empresas Carter..." digo.

"Ah que maravilha! Com que você trabalha lá?"

"Eu trabalho na área da comunicação, eu sou publicitária."

"O senhor Carter está aqui essa noite." Diz Doyle.

(Sério? Será que ele pensa que o senhor Carter sabe quem eu sou?)

"Caso você canse de trabalhar com ele, será bem vinda à minha empresa!" Ele diz rindo.

"Obrigada! Vou me lembrar disso."

O senhor Doyle foi requisitado para fazer as boas vindas no microfone, ele se afastou de nós, prometendo voltar mais tarde. Daryl me apresentou às pessoas que ele conhecia, que não eram muitas, a grande maioria era da família do senhor Doyle, e todos eles também eram muito simpáticos, para meu alívio.

A noite estava sendo realmente agradável! Aproveitei para comer as delícias do bufê, enquanto estava acontecendo a apresentação sobre a reformulação da empresa do senhor Doyle. Depois disso, a festa seguiu um curso normal. A pista de dança já estava sendo utilizada por vários casais.

"Vamos dançar?" Daryl me convida.

"Claro!"

Eu não faço ideia de como se dança uma música tão lenta como a que estava tocando, mas desde que eu estivesse com o Daryl, eu estaria bem. Daryl pega na minha cintura, e me puxa para perto dele, até ficarmos colados. Eu deito minha cabeça no seu ombro, com os braços por volta do seu pescoço. Ficamos assim por uma deliciosa meia hora, dançando e nos beijando, quando resolvemos parar e nos sentar um pouco, Daryl faz uma expressão de espanto. E me volta para a pista de dança.

"Ei Daryl! O que foi?" Pergunto.

"Você disse para alguém que a gente estaria aqui?" Pergunta Daryl, voltando a me conduzir na dança.

"Claro que não! Porque? O que aconteceu?" Pergunto.

"Estamos sendo vigiados..." diz Daryl.

"Como?"

Daryl aproxima o rosto de mim, falando no meu ouvido.

"Aquele cara que está próximo a mesa do bufê, está vendo?"

Eu olho discretamente, por cima de seu ombro.

"O da portaria? Ele perguntou meu nome quando eu entrei, pensei que você tivesse dado minha presença para a festa." Digo.

"Não. Não dei seu nome!" Daryl sobe o tom de voz. Ele fica muito nervoso, o seu toque que antes estava suave, agora está quase agressivo.

"Quem é ele?" Pergunto.

"Eu não faço ideia! Mas já fui muito perseguido na vida, sei que ele está nos vigiando. Enquanto a gente estiver aqui, não vão fazer nada." Diz Daryl.

"Mas vamos ficar aqui a noite toda?" Pergunto.

"Temos que dar o fora daqui..." Daryl diz observando as saídas do salão.

O Senhor Doyle entra na pista de dança, cumprimentando as pessoas.

"Você vai contar até 60, depois me encontra na porta de trás." Diz Daryl acenando com a cabeça para a porta que ele estava falando.

"Mas que diabos você vai...?"

Daryl desfaz nosso abraço, me pega pela mão, e me entrega ao senhor Doyle.

"Procurando uma parceira de dança?" Daryl pergunta à ele.

"Mas é claro! Senhorita?" O senhor Doyle me estende a mão com um enorme sorriso. Pego sua mão, bem menos empolgada que ele.

Vejo Daryl saindo em direção ao estacionamento, o rapaz da portaria parece confuso, conversa com outro cara e aponta para mim. O cara fica no lugar dele me observando, enquanto ele segue atrás de Daryl.

O senhor Doyle diz algumas coisas para mim, mas não consigo me concentrar. A minha atenção agora está em sairmos daqui com segurança. Seja lá quem estiver atrás do Daryl, agora também está atrás de mim e isso é apavorante.

Is it Love ? Daryl Onde histórias criam vida. Descubra agora