J.H. Fonseca

Muitas crianças temiam os monstros debaixo da cama. Os monstros que assumiam formas grotescas nos pesadelos ocasionais as que atormentavam de madrugada, como um joguete malvado do inconsciente, que lançava todos os medos e desejos num liquidificador de metáforas cruas, sem sentido apenas para os que não sabiam enxergar. 
Muitas crianças cresceram e deixaram esses monstros guardados e esquecidos onde a consciência não consegue alcançar. Mas eles estão lá, mais vivos do que nunca, espreitando nas sombras do inconsciente, se manifestando aqui e ali, nos traumas, nos traços de personalidade, no modo de interagir com o mundo.
J.H. Fonseca, desde criança, sempre brincou com esses monstros, e agora escreve sobre eles.


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