Eu sei que faz um tempinho que você não entra aqui, mas quero compartilhar uma coisa estranha que aconteceu hoje. Quando eu tinha 13 anos gostei de uma garota que foi a primeira menina que eu gostei e me fez entender que não era errado gostar de meninas. Foi um clichêzinho daquele bobinho de quando estamos entrando na adolescência. Foi um gostar acompanhado de reciprocidade, e a mãe dela sabia. Mas quando fiz 14 anos, nos afastamos. Acabei me mudando para bem longe. Nunca mais tivemos contato – e nunca tive vontade de manter. Confesso que guardo tudo com muito carinho, que vejo que foi um romance doce e necessário na minha vida, mas que só era para existir para aquele meu "eu" de 13 anos. Acho que tive a certeza absoluta desse pensamento quando a vi, depois de quase 8 anos, sentada no outro corredor dentro do ônibus que pego após o trabalho. Eu a vi hoje, e imediatamente reconheci. Ela não mudou muita coisa, sempre foi alta e bonita. Eu achei fofo que ela pintou o cabelo. A tela do celular continua sendo do Bias dela, o Chen do Exo. Foi estranho. Ela não me viu, e eu não quis que me visse. Ela ia me olhar, mas eu virei o rosto para a janela e me fiz de morto (sim, eu fiz isso), e agradeci quando o ônibus ficou lotado e eu fui embora no meio daquele caos de gente exprimida. Comentei com uma amiga e ela começou a me falar de universo e que talvez isso seja algum sinal. Acredito que sim, foi um sinal. Acho que isso aconteceu para eu ver que está tudo bem ciclos serem encerrados, porque às vezes faz bem. Quando tive que ir, achei que não iria sobreviver (pobre coraçãozinho... omodeuso). Mas depois disso me senti tão bem. Eu sei que depois de hoje terei mais novos amores, conhecerei novas pessoas e farei várias e várias amizades (mas não quero tantos amores assim, não. Que pause em um bonitinho e tá bom). Eu espero que ela esteja bem e realizando os sonhos dela; desejo isso com todo o carinho para alguém que um dia, há muito tempo, foi muito especial para mim.