"Eu pensei em gritar. Talvez naquele gesto desesperador eu conseguiria te trazer de volta. Mas eu estava com a cabeça fora do lugar. Não iria adiantar gritar, chorar, me agarrar em suas pernas ou me submeter a qualquer outro tipo de vergonha. Já estava feito. Você já havia decido ir embora. Só que eu não enxergava isso. Eu me recusava a aceitar a partida. O término. Assim, tão sem sal. Acabou e eu não vi. Acabou e eu fiquei no lugar, parado, olhando. Como uma criança que abraça os joelhos e apenas observa mundo que lhe cerca. E eu fiquei observando o meu mundo ir embora. Em lágrimas, eu observei a pessoa que eu tanto amava ir embora sem um pingo de consentimento. Em lágrimas eu conto essa história que ainda não superei. Porque não é tão fácil assim esquecer alguém. Nem amar alguém."
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