Jotapê nunca conheceu o pai. E daí? Um monte de neguin também não. Ele não tinha nada de singular que o destacasse da multidão. Mas havia uma coisa rara nas suas mãos: sua mãe. Dona Maria era seu alicerce, a linha que o mantinha firme. E o que aconteceria se esse apoio tão essencial, para quem quase nada possuía, fosse brutalmente arrancado? Sem estudo formal, Jotapê aprendeu na marra, vivendo cada lição dura da vida, cada golpe do dia a dia, até compreender, aos poucos, a sociologia do mundo em que nascera.
Luana nunca poderia compreender o tão famoso amor de mãe: o sentimento de ser acolhida nos braços de quem, sem hesitar, daria seu próprio coração apenas para fazê-la feliz. Ainda assim, ela conhecia outra forma de entrega - a de uma alma sofredora disposta a tudo pelo bem daqueles que ama. Jotapê nunca foi apenas um irmão; era, acima de tudo, seu pai. Sempre zeloso, sempre protetor. E, ainda assim, por que seu coração jamais se contentava? Por que Luana se sentia tão vazia, tão desamparada? Entre um homem e uma mulher, existe um muro invisível que os repele - um muro que precisava ser derrubado para que o amor pudesse florescer.
A vida é dura, e nos acostumamos rapidamente às pancadas que ela dá. Mas quando um homem é morto na favela e sua cabeça aparece na casa do controverso coronel Moraes, até os golpes mais fortes da vida parecem suaves, quase gentis.
Bernardo é um homem querido por onde passa, noivo de uma brilhante bailarina italiana e comandante de milhares de batalhões da polícia de São Paulo. Há apenas uma coisa que o move: alcançar o cargo de deputado. Ele parecia estar perto de seu objetivo. Mas, quando seu caminho se cruza com o da família Souza, talvez algo mais - algo inesperado - consiga capturar sua atenção.
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*Favela.
* Família conturbada.
* Politica.
* Pobreza.
* Solidão.