DeniseFL975

Obrigada pelos votos e comentários nos meus livros! ❤️

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Graças ao canal do YouTube EU OUVI AQUELE LIVRO, eu conheci outra obra de Marie-Louise von Franz, ANIMUS E ANIMA NOS CONTOS DE FADAS ( Verus; 1ª edição, 19 julho 2010). Neste livro, a autora explora psicologicamente outros contos de fadas, abordando  a influência do tempo-espaço na atmosfera psíquica dos povos. SUPER INDICO!

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Com relação ao lado diabólico do gato, a autora afirma que este "aspecto de bruxa, só passou a predominar com o cristianismo. Isso tem a ver com a expulsão patriarcal da sombra feminina. Temos então o gato como um animal da bruxa, um animal do demônio ou um vampiro. (..) Frequentemente, mulheres que não têm independência, que se prendem submissamente ao marido e aos filhos, sonham com gatos. Nesses casos, mostro a essas mulheres o que o gato faz. O gato segue seu próprio caminho; ele sabe o que quer e faz o que quer. (...) Com o passar do tempo, à perseguição às bruxas se juntou a perseguição ao elemento individual  nas mulheres; e também a perseguição ao fato de que o homem podia compreender a qualidade individual do anima, (..). Esse contexto levou às perseguições, e de modo absolutamente simultâneo em termos históricos, ao aviltamento do gato - ele passou a ser chamado de animal-bruxa, malfazejo, causador de má sorte, e assim por diante. A projeção recaiu especialmente sobre o gato preto, ainda hoje sinal de desdita quando cruza o caminho de alguém. Assim o gato também tem muito a ver com a individualidade independente do feminino. " - páginas 74, 75, 77 e 78, 6ª reimpressão, Editora Paulus.

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@Naiadesmota Adorei o livro, li um outro dela, ANIMUS E ANIMA NOS CONTOS DE FADAS. Muito bom também!
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Naiadesmota

@ DeniseFL975  análise interessante 
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A autora acrescenta um outro aspecto ao arquétipo do gato, de que ele se situa num ponto intermediário entre duas polaridades extremas - o bem e o mal. O "gato foi visto como um meio; ele formava uma ponte entre o bem o mal, tendo o conhecimento de ambos. Ele atuava como mediador entre o bem e o mal e também entre a vida interior e a vida exterior, entre deus e as forças sobrenaturais e o homem. Como ele tem acesso ambas as esferas e se sente à vontade nas duas, ele tem muita sabedoria profética a oferecer e pode ensinar-nos a manter em equilíbrio valores conflitantes. Como símbolo da consciência, o gato é uma entidade psíquica que  conhece o caminho - desde que prendemos a confiar nele, respeitando-o, obedecendo-o e seguindo-o para onde quer que ele vai." - - página 72, 6ª reimpressão, Editora Paulus.

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Ainda, "o gato também era cultuado como entidade lunar. Havia a crença de que durante a noite, período em que os rios do Sol se ocultavam aos humanos, eles se refletiam nos olhos fosforescentes do gato, como a luz do Sol reflete na Lua. Assim, temos aqui o tipo de consciência feminina (..). Durante o período recente do Egito, Bastet foi identificada com Ártemis, a caçadora, deusa-virgem da natureza, relacionada com a fertilidade e com o aspecto feminino presidindo os trabalhos do parto. De acordo com um mito, quando os deuses gregos fugiram para o Egito perseguidos  por Tifão, Ártemis se transformou em gato, e sob essa forma refugiou-se na Lua. E Hécate também se transformou em gato. Juntamente com Freia, a deusa teutônica da fertilidade que era casada com o Sol e tinha seu carro puxado por dois gatos, Hécate também representava o lado malévolo do feminino, a bruxa, a Mãe Terrível, responsável pela loucura e pela obsessão. Na Idade Média, ao gato passaram a ser atribuídos predominantemente poderes demoníacos. Era voz corrente que algumas mulheres tinham o poder de introduzir suas lamas em gatos pretos. Essas mulheres seriam bruxas, dedicadas não mais aos poderes da luz, mas aos poderes das trevas, ao demônio. (...) - página 70, 6ª reimpressão, Editora Paulus.

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Quanto ao gato na mitologia, Marie-Louise von Franz diz que "(..) Uma das coisas mais impressionantes sobre o gato como símbolo é sua ambivalência. Como a serpente, sua imagem oscila entre a bondade e a maldade. Historicamente, o gato começou a receber atribuições de poder arquetípico quando os egípcios resolveram considerá-lo animal sagrado. (...) Desde o início, o gato foi consagrado a Ísis, mas foi como filha de Ísis e de seu marido Osíris que a grande deusa-gato Bastet surgiu durante a vigésima segunda dinastia e se elevou acima de todas as demais deusas. Ela era conhecida como a Senhora de Bubaste e seu templo erguia-se no centro da cidade, cercado de água."  página 69, 6ª reimpressão, Editora Paulus.

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Marie-Louise von Franz  menciona que "(...) quando analisamos mulheres grávidas, vemos que o inconsciente delas transforma a maternidade numa questão grande, arquetípica e, diria eu, numinosa. E MULHERES GRÁVIDAS, EU JÁ DISSE, Têm toda essa proximidade com a morte, proximidade com o mundo arquetípico, sonhos misteriosos sobre a origem do homem e sugestões de que espíritos ancestrais estão reencarnando. Todos esses  sonhos mostram que há mistérios, mistérios psicológicos, e possíveis realizações interiores, arquetípicas, relacionadas com o parto, de que muitas mulheres se privam em nossa cultura. Isso se deve à tradição patriarcal e ao fato de que é tirado da imagem da mulher seu componente biológico, natural." - página 67, 6ª reimpressão, Editora Paulus.

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Como prometi, segue alguns trechos do livro O GATO: UM CONTO DA REDENÇÃO FEMININA, de Marie-Louise von Franz. No meu livro A GATA NO MEU OMBRO, comentei que Carl G. Jung definia arquétipo como um padrão universal presente no inconsciente coletivo da humanidade que abrange comportamento, símbolo e imagem. Ele acreditava que o arquétipo é uma herança ancestral desenvolvida ao longo de gerações, integrando mitos, religiões, sonhos e histórias ao redor do mundo. Segundo Marie-Louise von Franz, os "arquétipos constroem sua história ao longo dos séculos. (...) vemos que os arquétipos se formam, se desenvolvem, envelhecem e dão origem aos seus contrários; há todo um jogo que se processa ao longo de centenas e centenas de anos. E podemos dizer que há certos arquétipos que recuam; depois de cumprirem uma função muito importante, eles se dissipam, deixam de atrair o interesse das pessoas. (...) Paralelamente, outros arquétipos começam a se manifestar, a formar-se, a pôr-se a caminho da realização, por assim dizer. Estes provocam novos estímulos, novas ideias. Enquanto a fantasia popular alimentar uma imagem arquetípica, ela se manterá em formação. (...)" - página 55, 6ª reimpressão, Editora Paulus.

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Segui a dica da Marina Moura (canal noYouTube) e li o livro O GATO: um conto da redenção feminina (Marie-Louise von Franz). Me impressionei com a análise psicológica do conto de fada feito pela autora junguiana, onde a narrativa traz a redenção do feminino tanto do herói como da heroína! A atualidade dos arquétipos e dos símbolos presentes no conto romeno é real, sem dúvida eles fazem parte do consciente coletivo da humanidade. E de forma inconsciente, eu captei tudo isso e escrevi o livro A GATA NO MEU OMBRO! Eu li o livro agora no feriado de Carnaval, e escrevi o meu livro no ano passado! Tenho certeza de que foi uma experiência surreal, mística e sobrenatural, me arrepio sempre que penso ... Vou postar alguns trechos da análise da Marie-Louise von Franz que selecionei, vale a pena compartilhar.

DeniseFL975

Correção: eles fazem parte do inconsciente coletivo da humanidade. Estou chocada que até errei… Eita., que leitura!
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