querida, lolita. você não está bem, mas está feliz por acreditar na vida e na beleza dela. eu sei o quanto é difícil pensar quando tudo o que se enxerga ao olhar no espelho é um vazio de escuridão, uma garota apagada. quando a tristeza destrói um sorriso e um dia bom com o medo, a insegurança. a insegurança te puxou pelos cabelos e pisou em você de forma que é difícil superar o peso. o medo de ser só mais uma poeira no universo te cegou. perceber que o amor maternal é o único sentimento puro e verdadeiro que teve, te põe no chão ao relembrar a decepção de todos os outros relacionamentos. de como você se acha um fracasso neles. de como eles foram abusivos. mas a mamãe está sempre aqui para amar como todo mundo deveria ser amado. para dar colo. e essa sensação linear talvez desapareça. numa saída para tomar café do outro lado da cidade. num mochilão com pessoas legais. talvez numa paixão que dure mais que uma semana. que seja intensa. você quer conhecer pessoas interessantes. quer fugir do comum. e é por isso, alice. que você sente tanta dor.