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E eu que pensei que não tinha nada mais para dizer.
Eu que achava que tinha dito tudo o que pensava.
Me calei por um tempo
Ouvi o meu silêncio
Guardei tudo de novo em meu peito
Até que não resisti
Até que ficou insuportável
O grito saiu
E foi muito alto
Quase ensurdeci
A mim e aos que me rodeavam
Foi então que subi no palco
Pedi que abrissem as cortinas
Me despi
Tomei meu cetro na mão
Ergi-o o mais alto que pude
Iniciei meu segundo ato
No mesmo palco de outrora
Desnudo, transparente
Esquisito
Incomum
Como numa última tentativa
De mostrar quem sou
Não pude mais conter
Poetizei

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NA. Este eu dedico a Danny Soares, onde quer que esteja.