[APRESENTAÇÕES]

Quando, em algum momento que foi, incrivelmente, e inesperadamente, preservado por minha memória, ao longo dos meus vinte e três anos, eu escutei de alguém que: "às vezes, nossa vida não é controlada por nós mesmos, pois, nem sempre, possuímos todas as rédeas dela, portanto, tudo pode simplesmente deixar de ser e mudar, da noite para o dia, ainda que sem o nosso consentimento", eu ri e desdenhei. Como o ignorante, e tolo, que eu era.

Eu, de fato, o fiz. O fiz porque, como não poderíamos ser os cursores do nosso próprio destino? Como algo, ou alguém, poderia impactar tanto, e ter tanto poder assim sobre quem somos, além de nós mesmos?

Aos meus olhos, era impossível.

Afinal, controle do que é nosso por direito, desde o nascimento; sendo nossa vida, é tudo o que temos.

Eu não poderia, simplesmente, acreditar naquilo. Eu, então, encarei aquele dizer como uma baboseira.

E segui em frente, deixando-o para trás.

Não acatei para mim. Essa foi uma escolha. Patética, sim, mas que comprovava minha tese, que a minha vida era minha. E que só pertencia a mim. E a mais ninguém.

Hoje, entretanto, finalmente compreendo. Porque foi necessário apenas um mero segundo para minha vida toda mudar, uma palavra - falência.

Então, todos os meus planos, de uma vida regada de decisões tomadas por mim, foram jogados fora, pela janela. O meu destino sendo traçado por alguém que não fosse eu. Não realmente.

Negar a realidade, fugir dela, não era uma opção. Eu não poderia permitir que acontecesse.

Foi por esse motivo que eu o aceitei; Jeff Satur. Por isso me casei com ele, e assinei o maldito contrato.

Contrato este que, a partir do momento em que fosse assinado, nos ligava.

A minha vida passando a ser sua, assim como a sua, a ser minha.