Prólogo

Úrsula Bulstrode sabia que alguém tão sem graça e tediosa como ela não seria verdadeiramente amada e aceita, ela tinha essa certeza desde que conseguia lembrar. Sua mãe e irmão eram a prova viva, se alguém que te deu a luz não podia aceita-la como era, se seu irmão que passara anos com ela não se cansava de tratá-la como a pessoa mais burra e incapaz da face da terra, que pessoa desconhecida poderia ama-la? Quando nem o sangue poderia obrigar alguém a fazê-lo?

Ela quase achou estar enganada, tinha conseguido uma segunda mãe em Walburga Black, que a amava do jeitinho que era, mesmo que fosse estabanada às vezes, e não fosse capaz de resolver contas grandes nem sob tortura. Tinha conseguido um irmão tão mais agradável no educado Régulos, que nunca a insultou mesmo quando ela o fez uma vez, e nunca disse algo sobre sua inteligência quando ela falhou em algo ou não conseguiu se concentrar. Então Sirius tinha destruído tudo oque ela pensou ter ganhado, o que mais ela podia fazer se não se recolher a sua vergonha depois de agir por tanto tempo como uma idiota apaixonada? Dava mesmo para culpar sua juventude quando Sirius e ela tinham a mesma idade e ele foi tão esperto em engana-la? Não era culpa dela que ele desse a entender que a amava, quando não o tinha feito. E ainda assim parecia culpa dela.

Recolhida na humilhação, na raiva e na tristeza, era como ela estava quando a proposta de Régulos Black a alcançou. Como um livro de romance e uma tábua de salvação em uma só carta, Régulos propros a ela o impensável.

Um namoro de conveniência, com tudo incluso,desde beijos a lealdade, tudo o que ela quiser e mais um pouco, com uma única condição, jamais voltar para o idiota.

Ele também não a amava, mas se o amor não podia ser dela, Régulos Black com certeza seria.