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Jimin sempre se viu como alguém fora do lugar, uma alma desajustada.

Por conta disso, e de tantas outras feridas invisíveis que o fizeram acreditar ser incapaz de viver como os demais, ele ergueu muros ao redor de si mesmo. Entregou-se à rotina do que acreditava ser o "ritual da existência": crescer, estudar, trabalhar e, um dia, desaparecer. E se o destino fosse generoso, talvez, apenas talvez, lhe concedesse o doce presente do amor.

Porém, essa esperança parecia distante, até que os ventos da faculdade trouxeram a presença de um jovem chamado Kai.

Kai era a essência da amizade perfeita, e Jimin se deixou cativar sem esforço. A solidão que carregava há tanto tempo fez com que ele se entregasse facilmente. Não demorou para que se envolvessem em um relacionamento: Kai era doce, atento, e fazia questão de repetir, em cada suspiro e olhar, o quanto prezava por Jimin.

Entretanto, a convivência humana é um campo minado, mesmo quando nos dizem que é um jardim florido. Pode ser ao mesmo tempo um bálsamo e um veneno, e as escolhas que fazemos são sementes que brotam das profundezas de nossos corações. O que reluz por fora nem sempre reflete o que se esconde nas sombras da alma, e Jimin descobriu isso da maneira mais amarga. Descobriu, e ainda sente na carne as cicatrizes deixadas por essa descoberta.

Foi então, em meio ao seu desespero mais profundo, que Jungkook surgiu, como uma luz inesperada em uma noite sem estrelas. Com uma gentileza que Jimin jamais pensou encontrar, Jungkook, apesar de sua postura um tanto altiva e sua tendência a intrometer-se, mostrou-lhe que havia esperança. Com sua persistência quase irritante, Jungkook não apenas entrou na vida de Jimin: ele a resgatou, erguendo-o das cinzas do que um dia fora sua fé em si mesmo.

↳ LEIAM AS NOTAS INICIAIS!

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